A gestão do negócio da advocacia por
muito tempo foi relegada a questão paralela e tangencial pelos sócios. Conforme
o escritório vai crescendo e galgando sucesso, a gestão é elevada ao posto de
crucial para a manutenção do empreendimento.
Gestão não é só análise do fluxo
de caixa, é muito além disso, busca organizar a prestação de serviços
advocatícios e a sua produção com eficiência. Algumas questões que a gestão busca responder:
De onde vem nosso maior faturamento, está concentrado em uma pequena parcela de
clientes? Como chegam os novos clientes, como fazemos nossa comunicação com os
que já temos e como os matemos informados sobre o que efetivamente fazemos?
Quantas ações temos em andamento no escritório hoje, quantas dessas em fase
inicial, em fase de instrução e quantas em grau de recurso? Quais dessas ações
são estratégicas e demandam atenção especial, quais são as que merecem ser
impulsionadas e quais devem tramitar no tempo do Judiciário? Qual o
provisionamento de honorários futuros a receber e qual a estimativa de tempo?
Há contratos com êxito em caso de acordo? Há recebimento de valores a título de
manutenção do processo? De quantas ações cada advogado cuida no escritório?
Estamos com tempo ocioso? Como anda nossa produtividade? Como podemos
potencializar aquilo que nos torna únicos no mercado? Estamos comunicando essa
singularidade ao mercado de forma eficiente? Como o cliente percebe a nossa
prestação de serviço? A equipe sabe para onde estamos indo? Temos um bom
ambiente de trabalho? Só para citar alguns
exemplos.
Além, é claro, da execução do
Planejamento Estratégico do escritório, sem ele não há negócio. Uma das mais
importantes ferramentas de gestão para qualquer negócio é o planejamento estratégico.
Uma sociedade de advogados precisa saber qual o seu objetivo, desmembrá-lo em
ações na linha do tempo, medir e acompanhar os resultados e também divulgá-lo para
quem efetivamente trabalhará nele, independentemente do porte, seja com 30 ou
com 3 advogados.
O advento da crise faz a água
baixar e só mostra aqueles que já estavam nadando nus, despreparados quanto à gestão,
deixa evidente a ausência de dados para tomadas de decisões importantes para o
prosseguimento e novos rumos da sociedade de advogados.
Escritórios de referência,
independentemente do porte ou localização geográfica, investem na manutenção da
sua competitividade no segmento ou nicho em que atuam. E essa distinção vem
pela gestão do próprio negócio, pela visão empresarial que imprimem sobre a sua
advocacia.
Atuar sem gestão sobre a
realidade interna do escritório, ignorando o panorama externo é como estar em
um barco fica à deriva. Navega, mas não chega a porto algum.
Tomar a gestão do escritório de
forma profissionalizada é ter em mãos informações suficientes e adequadas à
sobrevivência do negócio, apoiando em dados concretos a tomada de decisão,
qualquer que seja, desde a contratação de mais alguém para a equipe ou a
expansão geográfica e conquista de novos mercados. O fato é que não se pode
mais ignorar que advogados sócios são empresários e precisam usufruir de técnicas
e conhecimentos organizacionais e de administração. Cada um com a sua
realidade, alguns poderão contar com auxílio de profissionais que já detém
esses conhecimentos, outros exigirão essa aquisição de conhecimento e tempo dos
sócios ou de um deles.
A excelência técnica, sozinha, já
não é mais suficiente. É primordial o investimento na gestão da sociedade de
advogados que trará informação, método, visão e disciplina.
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