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terça-feira, 31 de março de 2015

5 Coisas que não te ensinam na faculdade de Direito


















Na faculdade aprendemos Direito, e não Advocacia.  Saímos da graduação com uma visão romântica de que basta abrir a porta do novo escritório e o dinheiro vai entrar automaticamente na conta. Na prática nos deparamos um uma realidade nada amistosa e que cobra um preço alto pelo desconhecimento.
Poderia elencar aqui uma porção de competências e estratégias para gerir a sua advocacia e que a tornará rentável e recompensadora. Listei 5 coisas que a faculdade não nos ensina, a título de exemplo, para iniciarmos o diagnóstico:

1)      Precificar seus honorários

“Preço? Pra que? Advogo por vocação! Aliás, a tabela da OAB está aí pra isso.” Aham, sei. E por acaso todos os advogados tem o mesmo custo, o mesmo valor-hora, a mesma qualificação/experiência, a mesma estrutura, atuam no mesmo segmento? Claro que não! A tabela da OAB é sugestiva e não mandatória. Existe nos cursos de Direito um tabu e uma aversão aos números a cálculos. A fórmula para precificar honorários não é algo complexo e inalcançável. É matemática simples.

2)      Fazer gestão do seu negócio

Advogado também é um empresário. Em que pese não saibamos disso nos longos cinco anos da graduação (que arrisco dizer poderiam ser seis ou sete.... mas aí é tema para outro artigo). Análise de mercado, prospecção, segmento de atuação, concorrência, parcerias, marketing, fluxo de caixa, análise de lucratividade dos contratos, orçamento, divisão de bônus entre sócios e/ou associados, negociação com a parte adversa, seleção de pessoas, processos internos, arquivos, bancos de peças, e por aí afora.
Para o processo judicial há o CPC ou o CPP que regulam e dizem o passo a passo do processo. Inicial, contestação, réplica, audiência, fase instrutória, impugnação, ... e por aí vai até se chegar à máxima instância de jurisdição. Tudo previsto e previsível. Mas para a gestão do seu negócio não há o passo a passo, o fluxograma tão disseminado em cursinhos preparatórios para a OAB não alcança. O que fazer quando os clientes não chegam, quando o dinheiro não vem, quando o reconhecimento parece ficar distante? A faculdade não ensina.

3)      Atuar na prevenção de problemas do cliente

Durante toda a graduação somos lapidados para enfrentar contendas judiciais, com discursos argumentativos e considerações para ambos os lados, do autor e do réu. Somos experts no debate. Infelizmente o tempo médio de vida das ações judiciais não tem contribuído com a solução rápida de litígios e a famosa expressão de Rui Barbosa segue atual: “A justiça atrasada não é justiça; senão injustiça qualificada e manifesta.”  A atividade consultiva traz consigo um ganho de tempo e tranquilidade, já que a prevenção também economiza dinheiro ao nosso cliente (não envolve custas, correção monetária, juros e nem honorários da parte adversa).

4)      Construir sua marca e promover seu escritório

“Promover a marca? A OAB não permite.” Tantas vezes ouço essa desculpa que já perdi a conta. Parece discurso ensaiado. O que é vedada é a publicidade e não o marketing. Este, o permitido, é pautado na construção de vínculos, nos relacionamentos, na liderança servidora, na reputação, na credibilidade, na produção intelectual, na comunicação, no posicionamento de mercado e em tantas outras maneiras de se destacar eticamente. Cadê a disciplina de marketing de serviços na graduação?

5)      Vender o seu peixe

Entregar cartão já é difícil. Imagina “vender”??!!  A palavra “venda” soa na advocacia com um peso enorme, sofre bullying, coitada. A grande maioria de nós quer mesmo é peticionar, criar teses, operacionalizar o Direito do jeitinho que aprendeu a admirar na faculdade, viver aquela advocacia romântica, sabe?  Vender, não, dizem. Eu gosto mesmo é de atuar! Mas e vai atuar como se não tiver clientes que paguem pelo seu serviço? Há uma gigante diferença entre enganar e entregar um benefício ao prospect. Eis o nosso dever de casa: aprender a transformar o que fazemos em benefício, em valor para o contratante. Trazer para o concreto o que parece intangível.

A advocacia é uma escolha de vida e pode ser prazerosa e contributiva. Vamos a ela!


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